Como o mundo islâmico vê Israel segundo profecias?

O conflito entre o mundo islâmico e Israel vai muito além de política e território. Ele tem raízes profundas na teologia e nas profecias presentes nos textos sagrados do Islã, especialmente no Alcorão e nos hadiths (tradições atribuídas a Maomé). Para muitos muçulmanos, Israel representa não apenas um estado moderno, mas uma afronta espiritual.

No Alcorão, os judeus são mencionados em diversos contextos — alguns reconhecendo que Deus os escolheu no passado (Surata 2:47), mas muitos outros acusando-os de rejeição aos profetas e corrupção da mensagem divina. Isso alimenta uma visão religiosa em que Israel é visto como obstáculo à realização de um governo islâmico global.

Entre muçulmanos mais conservadores ou radicais, como os do Irã, do Hamas ou de grupos jihadistas, Israel é considerado um “inimigo profético” a ser eliminado antes do triunfo final do Islã. Algumas tradições muçulmanas afirmam que, no fim dos tempos, os judeus se esconderão, mas até as árvores e pedras denunciarão sua localização — uma narrativa frequentemente citada por pregadores extremistas.

Além disso, há uma forte disputa escatológica por Jerusalém. Enquanto para os judeus e cristãos a cidade é o centro profético da volta do Messias, para os muçulmanos Jerusalém (Al-Quds) é o terceiro lugar mais sagrado, e alguns esperam que o Mahdi (líder escatológico islâmico) venha libertar a cidade e liderar uma vitória contra Israel.

Esse contraste de expectativas messiânicas alimenta o conflito espiritual. Enquanto Israel se vê como cumprindo promessas bíblicas (como a restauração de 1948), o mundo islâmico interpreta os mesmos eventos como sinal do domínio ilegítimo dos “inimigos de Alá”.

É importante lembrar que nem todos os muçulmanos compartilham dessas visões extremistas. Muitos desejam paz e convivência. Contudo, a base teológica de grupos influentes continua sendo um obstáculo importante para qualquer reconciliação duradoura.

Do ponto de vista bíblico, tudo isso confirma que o cenário está se alinhando com as profecias sobre a união de nações contra Israel (Zacarias 12; Ezequiel 38). A oposição religiosa ao povo judeu não é apenas histórica, mas também espiritual e profética.

Assim, entender como o mundo islâmico vê Israel segundo suas profecias nos ajuda a compreender a profundidade do conflito. E, mais importante, nos chama a orar com discernimento, vigiar os sinais dos tempos e confiar que, no final, o Senhor Jesus reinará sobre todas as nações com justiça e paz.

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