O falar em outras línguas pelos apóstolos.


O falar em outras línguas pelos apóstolos

No dia de Pentecostes, um dos sinais mais marcantes da descida do Espírito Santo foi o falar em outras línguas pelos apóstolos. Esse fenômeno, descrito em Atos 2:4-6, surpreendeu as multidões reunidas em Jerusalém, pois cada um ouvia a mensagem em sua própria língua de origem. Mais do que um milagre extraordinário, esse sinal teve um propósito claro e profundo: comunicar o evangelho de forma universal.

A manifestação do dom de línguas pelos apóstolos não foi confusa ou caótica. Pelo contrário, foi intencional e inteligível. Pessoas de diferentes regiões — partos, medos, elamitas, egípcios, romanos e outros — estavam presentes na cidade por ocasião da festa judaica e entenderam claramente o que estava sendo dito: “as grandezas de Deus” (Atos 2:11). Isso revela que o Espírito Santo capacitou os apóstolos a comunicarem a mensagem de Deus em línguas estrangeiras reais e compreensíveis.

Esse dom teve um papel missionário fundamental. Ele rompeu a barreira linguística que poderia limitar a propagação do evangelho, e foi um sinal claro de que a salvação era destinada a todas as nações, não apenas ao povo judeu. A diversidade de línguas representava a universalidade do plano redentor de Deus.

Além disso, o falar em línguas foi a primeira evidência visível de que os discípulos estavam cheios do Espírito Santo. O dom serviu como confirmação pública de que algo divino e poderoso havia acontecido. Pedro, ao pregar logo após o evento, relaciona essa manifestação com a profecia de Joel: “Derramarei do meu Espírito sobre toda carne…” (Atos 2:17), conectando o dom ao cumprimento das Escrituras.

É importante também entender que o falar em línguas no contexto do Pentecostes foi distinto de outras manifestações do dom em cartas posteriores do Novo Testamento, como em 1 Coríntios. No Pentecostes, o foco era a evangelização; em outros contextos, o dom aparece como edificação pessoal ou mensagem espiritual com necessidade de interpretação.


Um sinal que impulsiona a missão

O falar em línguas pelos apóstolos, portanto, foi mais do que um fenômeno espiritual — foi um instrumento divino para lançar a missão da Igreja. Foi um sinal de que o evangelho havia rompido as fronteiras étnicas, culturais e geográficas. Aquilo que foi confundido em Babel, foi restaurado no Pentecostes: Deus falou a todas as línguas para reunir todos em um só corpo, a Igreja.