As Duas Bestas do Apocalipse: quem são segundo teólogos atuais
As Duas Bestas do Apocalipse: Quem São Segundo Teólogos Atuais
No capítulo 13 do livro do Apocalipse, o apóstolo João descreve duas figuras enigmáticas que emergem no cenário apocalíptico: a besta que sobe do mar e a besta que sobe da terra. Essas entidades são símbolos poderosos de oposição ao Reino de Deus e têm sido objeto de inúmeras interpretações ao longo dos séculos.
A primeira besta, que sobe do mar, é descrita como tendo dez chifres e sete cabeças, semelhante a um leopardo, com pés de urso e boca de leão. Ela recebe poder do dragão (Satanás) e é adorada pelas nações. Muitos teólogos atuais a interpretam como um sistema político global ou uma figura governamental autoritária que se opõe diretamente a Deus e persegue os santos.
A segunda besta, que emerge da terra, tem dois chifres semelhantes aos de um cordeiro, mas fala como um dragão. Essa besta exerce a autoridade da primeira e engana os habitantes da terra, promovendo a adoração da primeira besta. Alguns estudiosos modernos a associam a sistemas religiosos ou ideológicos que colaboram com poderes políticos ímpios, seduzindo as massas com aparência de piedade, mas operando contra a verdade.
Muitos teólogos contemporâneos enxergam nas duas bestas uma aliança simbólica entre poder político e engano religioso. Essa interpretação é reforçada por tendências modernas de globalização, manipulação midiática, culto à personalidade e o surgimento de religiões ou movimentos que relativizam a fé cristã tradicional.
Outros estudiosos consideram que as bestas podem representar realidades históricas e futuras ao mesmo tempo. Para essa linha de pensamento, a primeira besta poderia ter sido o Império Romano na época de João, mas também apontar para um futuro governo mundial anticristão. A segunda besta, por sua vez, representaria líderes religiosos que apoiam esse sistema opressor.
Também há interpretações que relacionam as bestas ao conceito de anticristo coletivo, ou seja, qualquer sistema, pessoa ou filosofia que negue Cristo e se oponha ao Evangelho. Essa visão amplia o alcance da profecia, permitindo que o texto seja aplicado a várias fases da história humana.
O número 666, associado à besta, é interpretado por alguns como símbolo de imperfeição máxima (repetição do número 6, que na simbologia bíblica representa o homem), enquanto outros tentam ligá-lo a nomes ou títulos através da numerologia bíblica, como o de imperadores romanos ou líderes políticos modernos.
Por fim, para os teólogos cristãos mais conservadores, a mensagem central dessa profecia é clara: haverá perseguição, engano e opressão nos últimos dias, mas o Cordeiro vencerá. O papel do cristão é manter-se fiel, discernir os sinais e resistir aos sistemas que se levantam contra Deus e Sua verdade.