O que dizem os espíritos sobre o fim dos tempos?
Os espíritos, conforme a Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec, não pregam um “fim do mundo” apocalíptico como se imagina em algumas tradições religiosas. Em vez disso, a perspectiva espírita sobre o que alguns chamam de “fim dos tempos” está intrinsecamente ligada à evolução espiritual da humanidade e à transformação moral do planeta.
Segundo o Espiritismo, a Terra passa por ciclos de progresso, transitando de mundos primitivos para mundos de expiação e provas, e, futuramente, para mundos de regeneração. O momento atual da humanidade é visto como uma transição de um mundo de expiação e provas para um mundo de regeneração. Esse período de transição é caracterizado por turbulências, conflitos e sofrimentos, que seriam os “sinais dos tempos” previstos por Jesus, não como o fim do planeta, mas como o fim de uma era marcada pelo materialismo, egoísmo e orgulho.
Os espíritos comunicam que as catástrofes naturais e os conflitos humanos não são punições divinas, mas sim consequências das imperfeições da própria humanidade e oportunidades para o aprendizado e a evolução. O objetivo final não é a destruição, mas sim o progresso moral e espiritual da humanidade, que levará a um mundo mais justo, fraterno e pacífico.
Chico Xavier, um dos mais renomados médiuns brasileiros, em diversas psicografias e entrevistas, também abordou essa perspectiva. Ele enfatizava que a chamada “data limite” de 50 anos após a chegada do homem à Lua (1969-2019) representava um prazo para a humanidade buscar a paz e evitar uma guerra nuclear. Caso contrário, consequências dolorosas seriam inevitáveis. No entanto, ele também expressava otimismo quanto ao futuro, vislumbrando uma nova era de regeneração para o planeta, marcada por avanços científicos e, principalmente, pelo desenvolvimento moral do ser humano.
Em resumo, a visão espírita sobre o “fim dos tempos” não é de um apocalipse catastrófico com a destruição do planeta, mas sim de um período de transformação profunda da humanidade, com o abandono progressivo do egoísmo e do materialismo em direção a valores mais elevados de amor e fraternidade, conduzindo a Terra a um estágio de mundo de regeneração. Os sofrimentos atuais são vistos como parte desse processo de transição e aprendizado.