A mediunidade segundo Divaldo Franco

A mediunidade, na visão de Divaldo Franco, ecoa os princípios estabelecidos pela Doutrina Espírita, mas ganha nuances e ênfases particulares através de sua vasta experiência e da sabedoria dos espíritos que o acompanham, notavelmente Joanna de Ângelis. Para Divaldo, a mediunidade é, antes de tudo, uma faculdade inerente a todo ser humano, em diferentes graus de desenvolvimento. Ele frequentemente cita Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, para reforçar que “todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium”.

No entanto, Divaldo enfatiza que a mediunidade, embora potencial em todos, manifesta-se de forma mais ostensiva em algumas pessoas, que se tornam instrumentos conscientes da comunicação entre o plano físico e o plano espiritual. Ele descreve a mediunidade não como um dom ou um privilégio, mas como uma ferramenta neutra, uma capacidade orgânica da alma, assim como a inteligência e a memória. A forma como essa ferramenta é utilizada depende do desenvolvimento moral e do propósito do médium.

Um ponto crucial na abordagem de Divaldo é a ética e a responsabilidade no exercício da mediunidade. Ele incessantemente adverte sobre os perigos da vaidade, do personalismo e da busca por interesses materiais ou reconhecimento através da prática mediúnica. Para Divaldo, a mediunidade deve ser exercida com humildade, disciplina e amor ao próximo, sendo colocada a serviço do consolo, do esclarecimento e da elevação espiritual da humanidade.

Influenciado profundamente pelos ensinamentos de Joanna de Ângelis, Divaldo destaca a importância do desenvolvimento moral do médium como fator determinante para a qualidade das comunicações espirituais. Um médium com sentimentos nobres e uma conduta ética atrai a sintonia de espíritos elevados, enquanto imperfeições morais podem abrir portas para influências menos elevadas.

Divaldo também aborda a diversidade das manifestações mediúnicas, como a psicografia (escrita mediúnica), a psicofonia (comunicação oral), a vidência (visão de espíritos), a audiência (audição de espíritos) e outras modalidades. Ele explica que cada médium possui uma ou mais faculdades predominantes e que o estudo e a prática constante, aliados à orientação de mentores espirituais, são essenciais para o desenvolvimento e o aprimoramento dessas faculdades.

Em suas inúmeras palestras e livros sobre o tema, Divaldo frequentemente relaciona a mediunidade com a saúde mental e emocional. Ele ressalta a importância do equilíbrio psíquico do médium e a necessidade de discernimento para distinguir entre fenômenos mediúnicos genuínos e manifestações de desequilíbrios pessoais. A busca por uma vida saudável, tanto no corpo quanto na mente, é fundamental para um exercício mediúnico equilibrado e produtivo.

Para Divaldo Franco, a mediunidade é, em última análise, uma ponte de luz entre dois mundos, uma oportunidade de aprendizado, de serviço e de manifestação do amor. Exercida com responsabilidade e ética, ela se torna um instrumento poderoso para o progresso espiritual individual e coletivo, um caminho para a compreensão da imortalidade da alma e da interconexão entre os planos da vida. Em Recife, como em tantos outros lugares, sua visão da mediunidade inspira muitos a desenvolverem suas faculdades com seriedade e amor ao próximo.