A crucificação e morte de Jesus (Mateus 27)
Em Mateus 27, encontramos o relato angustiante da crucificação e morte de Jesus, os momentos finais de Sua vida terrena. Através de sofrimento e humilhação, Jesus cumpre a missão de redimir a humanidade, sacrificando-se por nossos pecados. Este artigo explora os eventos que levaram à Sua crucificação, a dor de Sua morte na cruz e o significado espiritual profundo desse sacrifício, que mudou a história da salvação.
Artigo Completo
1. O Julgamento de Jesus (Mateus 27:1-2, 11-31)
Após ser preso e abandonado pelos discípulos, Jesus é levado ao tribunal diante de Pilatos, o governador romano, que precisa decidir se Ele será condenado à morte. Pilatos não encontra culpa em Jesus e tenta, em várias ocasiões, libertá-Lo. Contudo, a pressão da multidão, incitada pelos líderes religiosos, leva Pilatos a ceder e condenar Jesus à crucificação.
O julgamento de Jesus é marcado pela injustiça, pois, embora Ele tenha sido inocente, foi entregue à morte devido à inveja e ao medo dos líderes religiosos que se sentiram ameaçados por Suas palavras e milagres. Pilatos, mesmo não encontrando culpa em Jesus, submete-O ao desejo do povo, simbolizando a corrupção política e a submissão à pressão social.
2. A Humilhação de Jesus (Mateus 27:27-31)
Antes de ser levado para ser crucificado, Jesus é humilhado pelos soldados romanos. Eles o vestem com uma capa de escarlate, colocam uma coroa de espinhos em Sua cabeça e O zombam dizendo: “Salve, rei dos judeus!” Eles O espancam e O escarnecem, fazendo-O sofrer antes mesmo da crucificação.
Essa humilhação física e emocional faz parte do sofrimento de Jesus, que não apenas experimenta a dor física da crucificação, mas também sofre a rejeição e zombarias daqueles que não O reconhecem como o Messias. Ele é tratado como um criminoso, mesmo sendo inocente, e isso reflete o peso do pecado e da separação de Deus que Ele estava assumindo por todos nós.
3. A Crucificação (Mateus 27:32-44)
Jesus é finalmente levado ao local da crucificação, o Gólgota, fora da cidade de Jerusalém. Ele carrega a cruz até o local, mas devido ao cansaço e sofrimento, Simão de Cirene é forçado a ajudá-Lo a carregar a cruz. Chegando ao Gólgota, Jesus é pregado na cruz, e Sua dor física é indescritível. Ele é crucificado entre dois criminosos, sendo zombado e desdenhado pelos soldados, pelos líderes religiosos e até mesmo pelos outros dois homens crucificados.
A crucificação era uma forma de execução extremamente dolorosa e humilhante, usada pelos romanos para punir os piores criminosos. Jesus, o Filho de Deus, inocente e sem pecado, passa por essa humilhação para redimir a humanidade do pecado e da morte.
4. As Palavras de Jesus na Cruz (Mateus 27:45-50)
Durante a crucificação, Jesus pronuncia várias palavras significativas. Uma das mais conhecidas é: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mateus 27:46). Essas palavras refletem a dor extrema que Jesus estava sentindo, não apenas fisicamente, mas espiritualmente, ao carregar o peso do pecado de toda a humanidade. Ele se sente separado do Pai, uma sensação que é difícil de compreender, pois Jesus sempre teve uma relação íntima com Deus.
No entanto, essas palavras também são uma citação do Salmo 22, um salmo de lamentação que, ao ser recitado por Jesus, aponta para o cumprimento das Escrituras e a confiança de que, embora Ele sentisse a separação, o Pai ainda estava com Ele, cumprindo o plano de salvação.
Finalmente, Jesus pronuncia a palavra “Está consumado” (Mateus 27:50), significando que Sua missão de redenção estava concluída. Ele entrega Seu espírito ao Pai, completando o sacrifício necessário para a salvação da humanidade.
5. A Morte de Jesus e o Impacto Cósmico (Mateus 27:51-53)
Após a morte de Jesus, vários eventos sobrenaturais ocorrem como sinal da importância de Sua morte. O véu do templo se rasga de cima a baixo, simbolizando que o acesso a Deus agora está aberto a todos, sem necessidade de intermediários. A terra treme e algumas sepulturas se abrem, e muitos dos santos mortos ressuscitam, aparecendo a muitos em Jerusalém.
Esses sinais sobrenaturais confirmam a grandeza do sacrifício de Jesus e a vitória sobre o pecado e a morte. A morte de Jesus não foi apenas um evento humano, mas uma intervenção divina que mudou o curso da história. A separação entre Deus e a humanidade, representada pelo véu do templo, foi superada pelo sacrifício de Jesus.
6. A Confissão do Centurião (Mateus 27:54)
Um dos momentos mais poderosos após a morte de Jesus é a confissão do centurião romano, que estava de guarda na crucificação. Ao ver os eventos sobrenaturais e o comportamento de Jesus, ele declara: “Verdadeiramente este era o Filho de Deus!” Essa declaração de fé vem de um homem que não era judeu, mas reconhece a divindade de Jesus ao testemunhar Sua morte e os sinais que acompanharam esse evento.
A confissão do centurião é significativa, pois ela mostra que a revelação de quem Jesus realmente era não se limitava apenas aos judeus, mas também se estendia aos gentios. O sacrifício de Jesus é para toda a humanidade.
7. O Sepultamento de Jesus (Mateus 27:57-61)
Após a morte de Jesus, um homem rico chamado José de Arimateia, que também era discípulo de Jesus, pede a Pilatos o corpo de Jesus. Ele o sepulta em um túmulo novo, cavado na rocha. A morte de Jesus é marcada pela ação de discípulos que, embora temerosos, honram a Sua morte com um sepultamento adequado.
O sepultamento de Jesus, embora pareça o fim de Sua história, é apenas uma etapa temporária antes de Sua ressurreição. O túmulo de Jesus se torna um lugar de espera para a vitória final sobre a morte.