Cristão pode fazer jejum na Quaresma? Prática bíblica ou tradição?

Descubra se o jejum na Quaresma é uma prática bíblica ou apenas uma tradição religiosa. Entenda o que a Bíblia ensina sobre o jejum e se o cristão evangélico pode ou deve participar desse período de 40 dias de consagração.

1. O Que é a Quaresma?

A Quaresma é um período de 40 dias que antecede a Páscoa, iniciado na Quarta-feira de Cinzas, tradicionalmente observado pelos católicos como um tempo de jejum, oração e penitência. A duração é baseada nos 40 dias que Jesus passou no deserto jejuando e sendo tentado pelo diabo (Mateus 4:1-11).

2. A Origem da Prática

Apesar da inspiração bíblica nos 40 dias de Jesus no deserto, a Quaresma como celebração religiosa formal não é mencionada diretamente na Bíblia. Ela surgiu séculos depois da era apostólica, como uma tradição litúrgica da Igreja Católica. Portanto, a Quaresma em si é uma tradição religiosa e não um mandamento bíblico.

3. O Que a Bíblia Diz Sobre Jejum?

A Bíblia ensina e valoriza o jejum como uma prática espiritual importante (Isaías 58; Mateus 6:16-18; Atos 13:2). No entanto, o jejum bíblico não está atrelado a datas específicas, mas sim a um coração contrito diante de Deus. Ele deve ser feito com sinceridade, fé e propósitos espirituais, e não por imposição religiosa.

4. Evangélicos e a Quaresma

A maioria dos evangélicos não observa a Quaresma como um calendário obrigatório, mas muitos fazem jejum e oração como forma de consagração — inclusive nesse mesmo período. A diferença está na motivação: não por tradição, mas por convicção bíblica e pessoal de buscar mais a Deus.

5. Pode Um Cristão Jejuar Durante a Quaresma?

Sim, o cristão pode jejuar na Quaresma — desde que não o faça por obrigação religiosa, mas por livre decisão espiritual. Não há pecado em escolher esse tempo para se consagrar, desde que o jejum seja feito com entendimento, humildade e propósito correto diante do Senhor.

6. O Perigo do Ritualismo

Jesus alertou contra o jejum feito apenas para cumprir rituais ou agradar aos homens (Mateus 6:16-18). Fazer jejum por tradição religiosa, sem arrependimento e mudança de vida, é vazio e até prejudicial. Deus se agrada de um coração sincero, e não de práticas mecânicas.

7. A Liberdade do Cristão

Na fé evangélica, o cristão tem liberdade para buscar a Deus todos os dias, e não está preso a calendários litúrgicos. Se alguém sente o desejo de jejuar por 40 dias, pode fazê-lo, mas não deve impor isso aos outros nem pensar que isso trará mérito espiritual por si só.

8. Conclusão: Jejum com Propósito, Não Por Tradição

O jejum na Quaresma pode ser proveitoso se for motivado por fé e desejo de comunhão com Deus, e não por obrigação ou tradição humana. O importante é que todo jejum seja feito com propósito espiritual e baseado na Palavra — não apenas por costume religioso.