Quadrilha: história e evolução dessa dança típica
A quadrilha é uma das atrações mais aguardadas das festas juninas em todo o Brasil. Com seus passos marcados, figurinos coloridos e clima de alegria, ela representa muito mais do que uma simples dança: é um símbolo da cultura popular. Neste artigo, conheça a história da quadrilha, suas origens europeias, a adaptação no Brasil e como ela evoluiu até se tornar um ícone junino.
1. As origens europeias da quadrilha
A quadrilha nasceu na França, no século XVIII, como uma dança aristocrática chamada “quadrille”. Era praticada nas cortes e salões nobres, com movimentos coreografados em pares. Com o tempo, ela se espalhou por outros países da Europa e foi trazida ao Brasil pelos colonizadores portugueses, especialmente no período imperial.
2. A chegada da quadrilha ao Brasil
No Brasil, a quadrilha foi inicialmente dançada pelas elites, imitando o estilo europeu. Com o passar dos anos, especialmente no século XIX, essa dança foi popularizada nas zonas rurais e adaptada ao contexto brasileiro. A influência do povo interiorano transformou a quadrilha em uma dança festiva, com características humorísticas e regionais.
3. A quadrilha nas festas juninas
Foi durante as festas juninas que a quadrilha se consolidou como uma tradição brasileira. Incorporada às celebrações de São João, Santo Antônio e São Pedro, a dança passou a retratar casamentos caipiras, festas no campo e cenas típicas da vida rural. Hoje, ela é um dos momentos mais esperados dos arraiás em todo o país.
4. Características e comandos da quadrilha
A quadrilha é marcada por uma sequência de passos coreografados, guiados por um “marcador”, que comanda a dança com expressões típicas como: “Anarriê”, “Alavantú”, “Balancê”, “Caminho da roça” e “Olha a cobra!”. Essas expressões, de origem francesa e portuguesas adaptadas, são parte do charme da dança e reforçam sua identidade cultural única.
5. O casamento caipira como enredo
Uma das marcas da quadrilha brasileira é a encenação do casamento caipira, uma paródia do matrimônio rural, cheia de humor e improviso. Os personagens — como noivo, noiva, padre, pai bravo e convidados — são incorporados pelos dançarinos, dando um tom teatral à apresentação. Essa encenação valoriza a oralidade, a sátira e a criatividade popular.
6. Variações regionais da quadrilha
Apesar da estrutura básica ser parecida em todo o Brasil, a quadrilha varia conforme a região. No Norte e Nordeste, ela é muitas vezes influenciada por ritmos como o forró e o xote. Já no Sudeste e Sul, a dança pode apresentar mais elementos coreográficos e cenográficos. Em algumas cidades, há até competições e festivais de quadrilhas, com figurinos luxuosos e danças elaboradas.
7. Quadrilha como patrimônio cultural
A quadrilha é hoje considerada um patrimônio cultural imaterial do Brasil. Sua prática em escolas, comunidades e eventos juninos ajuda a manter viva a tradição e a fortalecer a identidade cultural brasileira. Ela é mais do que uma dança: é um instrumento de educação, socialização e valorização da cultura popular.
8. Uma dança que atravessa gerações
A quadrilha continua encantando crianças, jovens e adultos, atravessando gerações com sua alegria, cores e raízes profundas. Participar de uma quadrilha é reviver histórias do interior, fortalecer laços comunitários e celebrar o que há de mais genuíno na cultura do Brasil. Uma tradição viva, que se reinventa sem perder sua essência.