Selos 3 e 4: Fome e Morte no Desencadeamento da Tribulação Apocalíptica

Prosseguindo na sequência dos juízos divinos revelados na abertura dos selos do Apocalipse, os selos terceiro e quarto introduzem cenários de crescente dificuldade e sofrimento para a humanidade: a fome e a morte em suas formas mais devastadoras. A aparição dos cavaleiros montados em cavalos preto e pálido intensifica a descrição do período de tribulação que precede o fim dos tempos, pintando um quadro sombrio das consequências do pecado e do juízo divino.

Com a abertura do terceiro selo (Apocalipse 6:5-6), surge um cavalo preto, e seu cavaleiro carrega uma balança. Uma voz no meio dos quatro seres viventes proclama uma medida de trigo por um denário e três medidas de cevada por um denário, mas adverte para não danificar o azeite e o vinho. O simbolismo do cavalo preto e da balança aponta diretamente para a escassez e a fome. O denário era o salário de um dia de trabalho, indicando que as necessidades básicas, como o trigo e a cevada, se tornariam extremamente caras, consumindo toda a renda de um trabalhador. A instrução para não danificar o azeite e o vinho sugere que os bens de luxo permaneceriam disponíveis, acentuando a disparidade econômica e a severidade da fome para a população em geral.

A abertura do quarto selo (Apocalipse 6:7-8) revela um cavalo pálido ou amarelado, e o nome do seu cavaleiro é Morte, seguido pelo Hades (o reino dos mortos). É-lhes dado poder sobre a quarta parte da Terra para matar pela espada, pela fome, pela peste e pelas feras da terra. A cor pálida do cavalo evoca palidez, doença e morte. Este cavaleiro personifica a própria Morte, acompanhada pelo Hades, o lugar dos mortos, indicando a vasta escala da mortalidade que será liberada sobre a Terra. Os múltiplos meios de morte – espada, fome, peste e feras da terra – sublinham a natureza abrangente e terrível da destruição causada por este selo.

A sequência dos selos terceiro e quarto demonstra uma escalada do sofrimento humano. A escassez e a fome severa (cavalo preto) inevitavelmente levam a um aumento da doença e da morte em larga escala (cavalo pálido). A quebra da ordem social e a instabilidade econômica geradas pelos selos anteriores criam um ambiente propício para a propagação de doenças e para o aumento da mortalidade devido à inanição e à violência.

O controle dos preços dos alimentos mencionado no terceiro selo também pode sugerir uma manipulação econômica e uma injustiça social que agravam a situação da fome, onde alguns se beneficiam da escassez enquanto muitos sofrem. A combinação da fome com a guerra (cavalo vermelho do segundo selo) e a subsequente peste e morte (cavalo pálido do quarto selo) pinta um quadro de colapso social e humano generalizado.

A proporção da morte – “a quarta parte da Terra” – indica uma mortalidade em uma escala sem precedentes, afetando vastas populações globais. A menção das “feras da terra” como um dos meios de morte pode simbolizar o caos e a selvageria que prevalecerão durante esse período, onde a lei e a ordem se desintegrarão, expondo a humanidade a perigos naturais e à violência desenfreada.

Em conclusão, os selos terceiro e quarto do Apocalipse revelam as consequências devastadoras da fome e da morte em uma escala global. O cavalo preto da escassez e o cavalo pálido da mortalidade intensificam o cenário de tribulação, demonstrando a seriedade do juízo divino e as trágicas consequências da rejeição de Deus e seus caminhos. Para os leitores, essas imagens servem como um alerta solene sobre a fragilidade da existência humana e a importância da busca pela justiça e pela retidão enquanto há tempo.

Resumo: Os selos terceiro e quarto do Apocalipse introduzem a fome (cavalo preto com balança e preços exorbitantes) e a morte em larga escala (cavalo pálido com a Morte e o Hades), intensificando a tribulação através da escassez, doença e mortalidade generalizada.