A profecia de São Malaquias: estamos próximos do último papa?
A Profecia de São Malaquias: Estamos Próximos do Último Papa?
A profecia de São Malaquias, um monge e arcebispo irlandês do século XII, ganhou notoriedade devido à previsão de uma lista de papas até o fim dos tempos. São Malaquias teria registrado uma série de frases curtas que, de acordo com suas interpretações, descrevem cada papa desde sua época até o “último Papa”, que antecederia o apocalipse. Com a recente eleição de papas e as tensões do mundo moderno, muitas pessoas se perguntam: estamos próximos do fim e, com isso, do último Papa?
A profecia de São Malaquias descreve 112 papas, começando com Pope Celestine II, no século XII, e indo até o fim do mundo, com o último papa, identificado como “Pedro II” ou, em algumas interpretações, como o “papa que guiará a Igreja durante a grande tribulação”. A frase atribuída ao último papa é “In persecutione extrema S.R.E. sedebit”, que significa “Em extrema perseguição, a Santa Igreja será governada”. Essa descrição tem gerado especulações sobre os eventos que poderiam ocorrer nos últimos tempos.
A autenticidade da profecia de São Malaquias tem sido amplamente debatida. Enquanto alguns consideram-na uma revelação genuína, outros questionam sua origem e interpretação. O historiador Hugh Trevor-Roper, por exemplo, sugeriu que a profecia poderia ter sido forjada no final do século XVI para dar uma sensação de mistério e urgência aos acontecimentos políticos e religiosos da época, quando o papado enfrentava desafios significativos. De qualquer forma, o fascínio por essa profecia nunca diminuiu, especialmente quando as circunstâncias da Igreja parecem alinhar-se com suas previsões.
O papado de João Paulo II, que durou mais de 26 anos, foi interpretado por alguns como a última grande referência na lista de São Malaquias. Sua morte em 2005 foi seguida por um curto período de sede vacante, durante o qual as pessoas começaram a associar o nome do cardeal Joseph Ratzinger ao que a profecia descrevia como o último papa, já que ele assumiu o papado com o nome de Bento XVI. Alguns estudiosos argumentam que o nome “Glória Olivae”, atribuído a um dos últimos papas da lista, pode estar relacionado a Bento XVI, já que a Ordem de São Bento é uma das grandes ordens monásticas com forte ligação à simbolização de oliva, e o nome Bento pode ser visto como uma referência direta a essa tradição.
No entanto, o papado de Francisco, iniciado em 2013, gerou novas especulações sobre o futuro da Igreja. Muitos associaram a sua eleição à interpretação de que ele seria o último papa, embora isso seja um tema controverso. Francisco, que adotou um nome associado à simplicidade e humildade, está sendo observado com grande atenção, já que algumas tradições escatológicas sugerem que **seu papado está vinculado à “grande tribulação”, que antecederá o fim do mundo.
Os teólogos e estudiosos da Igreja, no entanto, alertam contra a leitura excessivamente literal da profecia de São Malaquias. A Igreja Católica não reconhece essa profecia como um documento oficial e, em vez de focar nas especulações sobre o último papa, os líderes eclesiásticos recomendam que os fiéis se concentrem nos ensinamentos bíblicos e na missão contínua de evangelizar e viver a fé cristã, independentemente das circunstâncias.
Ainda assim, a profecia de São Malaquias continua a ser um tema fascinante de debate, especialmente para aqueles que se interessam por mistérios e interpretações escatológicas. O interesse por esta profecia persiste, não tanto pela certeza de um “último papa”, mas pela ideia de que ela desperta reflexões sobre o futuro da Igreja e o cumprimento das profecias bíblicas sobre o fim dos tempos.
Seja ou não verdadeira, a profecia de São Malaquias levanta questões sobre o papel da Igreja Católica nos últimos dias, e como a fé será mantida diante das dificuldades e tribulações que, segundo muitos, caracterizarão a era do fim. E, apesar das discussões sobre o fim do papado, o verdadeiro ensinamento cristão continua a ser um chamado à vigilância, esperança e preparação para o retorno de Cristo.