Os livros apócrifos e por que não estão na Bíblia protestante
Os Livros Apócrifos e Por Que Não Estão na Bíblia Protestante
Os livros apócrifos são um conjunto de escritos religiosos que foram originalmente incluídos nas versões mais antigas da Bíblia, mas não são reconhecidos como canônicos por todas as tradições cristãs. Eles fazem parte do Antigo Testamento em algumas versões da Bíblia, como a Católica e a Ortodoxa, mas são excluídos da Bíblia protestante. Neste artigo, exploraremos o que são os livros apócrifos, o que eles contêm, e por que não fazem parte da Bíblia protestante.
- O que são os Livros Apócrifos? Os livros apócrifos são uma coleção de textos religiosos que foram escritos entre o Antigo e o Novo Testamento, em um período conhecido como o “período interbíblico”. Esses livros não fazem parte do cânon oficial do Antigo Testamento na tradição judaica, mas foram incluídos nas versões antigas da Bíblia, como a Septuaginta (a tradução grega do Antigo Testamento) e mais tarde nas Bíblias Católica e Ortodoxa. A palavra “apócrifo” significa “oculto” ou “secretos”, e, em alguns casos, esses livros foram considerados duvidosos ou não autênticos pelos líderes religiosos da época.
- Quais São os Livros Apócrifos? A lista dos livros apócrifos varia um pouco dependendo da tradição, mas geralmente inclui os seguintes livros:
- Tobias
- Judite
- Sabedoria
- Eclesiástico (ou Sirácida)
- Baruque
- 1 e 2 Macabeus
- Adições ao Livro de Ester
- Adições ao Livro de Daniel (como a História de Susana e Bel e o Dragão)
- A Inclusão na Bíblia Católica e Ortodoxa A Igreja Católica reconhece os livros apócrifos como parte do cânon sagrado e os inclui no Antigo Testamento, embora os coloque em uma seção separada, entre os livros históricos e os proféticos. A Igreja Ortodoxa também inclui muitos desses livros em sua Bíblia, com algumas variações em relação ao cânon da Igreja Católica. Para essas tradições, esses livros possuem grande valor para a fé e a prática cristã, sendo lidos em liturgias e usados como base para ensinamentos teológicos.
- Por Que os Livros Apócrifos Não Estão na Bíblia Protestante? A razão pela qual os livros apócrifos não estão na Bíblia protestante remonta à Reforma Protestante, no século XVI, liderada por figuras como Martinho Lutero. Lutero e outros reformadores questionaram a autoridade de certos livros que não estavam presentes no cânon hebraico, que é a versão do Antigo Testamento reconhecida pelos judeus. Eles argumentavam que os livros apócrifos não estavam no cânon hebraico e, portanto, não deviam ser considerados parte da Escritura inspirada. Lutero, por exemplo, separou os livros apócrifos do restante do Antigo Testamento em sua tradução da Bíblia para o alemão, colocando-os em uma seção chamada “Apócrifos”, mas sem lhes conceder autoridade canônica. Isso refletiu o desejo de retornar às escrituras originais e à tradição judaica, que não incluía os livros apócrifos.
- O Cânon da Bíblia Hebraica e a Tradição Judaica A Bíblia hebraica, que é a base para o Antigo Testamento protestante, não inclui os livros apócrifos. Quando os judeus começaram a compilar suas escrituras sagradas, em torno do século II a.C., esses livros não foram incluídos no cânon. Portanto, os reformadores protestantes basearam-se na Bíblia hebraica para formar sua versão do Antigo Testamento, excluindo os livros apócrifos. Embora esses livros tenham sido incluídos na Septuaginta, a tradução grega das escrituras hebraicas, a tradição judaica nunca os aceitou como parte de seu cânon oficial. Isso foi uma das razões pelas quais os protestantes decidiram não incluir os apócrifos em sua Bíblia.
- A Importância dos Livros Apócrifos na Tradição Católica e Ortodoxa Para os católicos e ortodoxos, os livros apócrifos são considerados não apenas históricos, mas também espiritualmente valiosos. Eles contêm ensinamentos que complementam as Escrituras, oferecendo sabedoria moral e orientação prática. Por exemplo, o livro de Eclesiástico, também conhecido como Sirácida, é frequentemente lido em momentos de meditação e ensino devido à sua sabedoria prática para a vida cristã. Além disso, livros como 1 e 2 Macabeus fornecem detalhes históricos importantes sobre o período intertestamentário e os conflitos enfrentados pelos judeus sob domínio grego, o que ajuda a contextualizar o Novo Testamento.
- A Influência dos Livros Apócrifos Embora os livros apócrifos não façam parte da Bíblia protestante, sua influência nas tradições cristãs não pode ser ignorada. Muitos dos ensinamentos contidos nesses livros têm sido passados de geração em geração e são considerados importantes por várias denominações cristãs. A história de Judith, por exemplo, é frequentemente usada para ilustrar a coragem e a fidelidade a Deus, e as lições sobre sabedoria e moralidade, extraídas do Livro da Sabedoria, são frequentemente citadas.
- Conclusão Os livros apócrifos representam uma parte significativa da história do cristianismo, embora seu status canônico varie entre as diferentes tradições. Para os católicos e ortodoxos, esses livros são uma parte legítima e valiosa das Escrituras, enquanto os protestantes os veem como textos históricos e edificantes, mas não inspirados. A inclusão ou exclusão desses livros reflete questões de autoridade e tradição que surgiram ao longo dos séculos, influenciando a maneira como as Escrituras foram formadas e entendidas.
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Resumo: Os livros apócrifos são escritos religiosos que, embora inclusos em algumas versões da Bíblia (como as católica e ortodoxa), são excluídos da Bíblia protestante. Este artigo explora os motivos históricos e teológicos por trás dessa exclusão, destacando o papel desses livros na tradição cristã e sua importância nas versões católica e ortodoxa das escrituras.
